De entre as várias personalidades italianas que influenciaram o caminho da indústria, Giacosa é um dos nomes mais destacados.

Como a maioria das personalidades italianas do mundo automóvel, era natural da região de Piemonte, mas nasceu em Roma, onde o pai cumpria serviço militar.

Estudou engenharia no Politécnico de Turim e, depois de cumprir serviço militar, ingressou na Fiat em 1928. Ao fim de cinco anos, foi lhe entregue a responsabilidade por todo o desenvolvimento técnico do Fiat 500 “Topolino”, incluindo o desenho do chassis. O sistema de suspensão avançado e simples, o layout mecânico, a caixa de quatro velocidades sincronizada e os travões hidráulicos. fizeram com que o modelo se destacasse no seu segmento, sendo considerado muito avançado.

O 500 acabaria por catapultar a carreira de Giacosa que, em 1950, já era director de engenharia da Fiat. O seu segundo grande projecto foi o 1100, outro best-seller.

Determinantes para o crescimento da Fiat, foram as suas criações 600 e 500, que mudaram por completo a paisagem das grandes cidades italianas e do mundo. A plataforma do 600 serviria ainda de base à gama 850 e a uma quantidade de modelos especiais da Abarth, assim como de outros pequenos construtores italianos.

No entanto, o seu maior contributo para a mudança do rumo da indústria automóvel, deu-se na passagem para os modelos de tracção. Com o Mini,  Alec Issigonis deu o mote, mas foi Giacosa que refinou o conceito, ao passar a caixa para fora do cárter e a aplicar semi-eixos assimétricos, uma solução que rapidamente se viria a generalizar, sendo ainda hoje considerada a solução técnica ideal para modelos de transmissão às rodas dianteiras.

Giacosa viria a reformar-se em 1970, mas continuaria como consultor de engenharia. Durante este período, seria ainda Presidente da FISITA – Federação Internacional de Engenharia Automóvel.

O fim desta longa e preenchida vida chegaria em 1996, aos 91 anos, em Turim.