Deixou-nos hoje Nicha Cabral. Não era um homem dos automóveis antigos. Era sim, um pedaço da história do nosso automobilismo. Talvez o principal protagonista da memória colectiva de uma era dourada do automóvel em Portugal.
Mário de Araújo Cabral descendia do que se costuma apelidar de “boas famílias” e, também por isso, era culto, revelava talento para a ginástica e para a música e era um excelente conversador.
Assim, depois dos seus anos mais intensos como piloto, da F1 aos turismos, passando pelos Sport-protótipos, apresentou programas de televisão, deu a cara por campanhas de prevenção rodoviária e foi embaixador de marcas de automóveis.
O piloto portuense viria ainda a brilhar, pela última vez, nas ruas do Porto, na primeira edição do Circuito da Boavista, aos comandos de um BMW 328, na prova destinada a veículos pré-guerra.
Nicha era irreverente, tinha sentido de humor e uma personalidade forte. Acima dos títulos e das vitórias, são esses os ingredientes de um ídolo do volante e é por isso que Nicha Cabral será eterno.
À família e aos muitos amigos, o CPAA endereça as sentidas condolências.