Nos dias que correm, um motor montado em posição longitudinal é uma excepção na indústria automóvel, mas tempos houve em que era praticamente a única opção possível.
O alinhamento do motor com a transmissão é, por razões óbvias, a disposição mais simples do ponto de vista técnico. Contudo, é também a solução menos favorável do ponto de vista prático.
Recorde-se que a transmissão às rodas dianteiras foi uma inovação tornada célebre pela Cord na América e pela Citroën na Europa. Em ambos os casos os modelos provaram as suas virtudes dinâmicas e de habitabilidade, mas a disposição da caixa de velocidades voltada para a frente do veículo, obrigava a que estes modelos tivessem grandes proporções.
A transmissão dianteira só se tornou compatível com os automóveis citadinos com a solução preconizada por Sir Alec Issigonis. Ao colocar a caixa de velocidades sob o motor, passou a ser possível montar toda a mecânica em posição transversal, mesmo num modelo tão estreito como o Mini.
Obviamente, o maior benefício desta solução está na habitabilidade dos veículos compactos, mas também viria a beneficiar os custos de produção e montagem.
O último e menos evidente benefício, está na distribuição de peso, em particular quando o motor é montado em posição central. O desportivo pioneiro na utilização do motor transversal foi o aclamado Lamborghini Miura.
O facto de actualmente quase a totalidade dos modelos no mercado usar motor transversal, seja com transmissão dianteira ou integral, prova a importância desta inovação.