O ADEUS A CARLOS GASPAR

No virar do ano, Portugal perdeu um dos seus mais ilustres e completos pilotos: Carlos Gaspar morreu, aos 78 anos.

Carlos não era o típico piloto do seu tempo. Não era extrovertido ou excêntrico, nem sequer especialmente vaidoso, ainda que tivesse para isso fortes motivos. Era, isso sim, um dos melhores exemplos nacionais de uma abordagem profissional à competição. Era um piloto metódico, estudioso, racional, mas que nos momentos decisivos revelava coragem, técnica e sede de vencer.

Carlos era filho de João Gaspar, um dos mais importantes empresários do comércio automóvel do seu tempo, Importador das marcas Ferrari e Osca, assim como representante para o Norte da Jaguar e Alfa Romeo.

Devido à ascendência e ao negócio de família, Carlos desenvolveu a paixão pelos automóveis e foi para Inglaterra estudar engenharia mecânica. Foi ali, num país com uma efervescente paixão pelo automóvel, e na época dourada dos anos 60, que iniciou a sua aventura na competição.

Iniciou-se com um Cortina Lotus, mas pilotou diversos modelos de turismo e GT como o Mini Cooper S, Ferrari 275 GTB, o célebre Alfa Romeo GTA e ainda o incrível Ford GT40. Pilotou ainda os Fórmula 3, mas admitia que os Lola T292 foram os que lhe proporcionaram os grandes momentos, quer como piloto, quer como manager do Team BIP, talvez o mais sério projecto internacional português na competição automóvel.

Afável, respeitado pelo seus adversários e sempre disponível para os seus muitos fãs, Carlos Gaspar deixa um grande vazio entre os entusiastas, mas também um grande legado.