Durante anos 70, e graças aos modelos 4 e 5, a Renault cimentou uma posição de liderança no mercado dos utilitários. Nessa altura, esse era o segmento mais relevante da indústria, já que as famílias europeias faziam toda a sua vida quotidiana e de lazer com pequenos automóveis.

Os anos 80 iriam trazer preocupações de índole económica, nomeadamente no que toca a consumos. Contudo, as exigência de conforto e habitabilidade foram crescendo, com os pequenos automóveis familiares a tornarem-se o sector em maior crescimento.

A Renault mais não tinha do que o já ultrapassado 12, um modelo pouco sedutor do ponto de vista estético e com uma dinâmica pouco convincente.

Assim, em 1981 lança a necessário ofensiva no mercado dos familiares compactos. Para isso era necessário um bom produto, muito competitivo, mas consciente do ponto de vista estético. Daí a escolha de um dos grandes nomes do design automóvel francês, Robert Opron.

Os 9 e 11 partilhavam a mesma plataforma e uma boa parte dos componentes, tirando partido da economia de escala. Contudo, se o primeiro era um sedan de linhas relativamente convencionais, o segundo era um moderno “hatchback”, muito versátil, com excelente acesso para cargas. Mas o que realmente o destacava era o desenho pouco convencional da traseira, marcado por conjuntos ópticos de formas invulgares e um óculo traseiro muito grande e curvo que trazia enorme luminosidade ao habitáculo.

Do ponto de vista mecânico, os 9 e 11 não traziam grandes revoluções: o motor Cléon de árvore de games lateral, alimentado por carburadores, cumpria os padrões de economia, durabilidade e performance do sector, mesmo nas versões Turbo. O 11 Turbo teve mesmo uma carreira de grande sucesso na competição, tendo sido Campeão Nacional de Ralis e vice-Campeão de Ralis da FIA na categoria de duas rodas motrizes, com o lendário Jean Ragnotti ao volante.

Os Renault 9 e 11 seriam substituídos em 1989 pelo 19, mas continuariam em produção até 2000 em mercados emergentes como a Turquia, Colombia ou Argentina.