Partiu, aos 97 anos, um dos maiores contadores de histórias sobre rodas que Portugal teve: Vasco Callixto faleceu no dia 27 de Dezembro.

Culto, humilde e aventureiro, Callixto registou, desde 1944, em jornais, revistas e livros, os principais passos da evolução da história do automóvel e da mobilidade em Portugal. Foi igualmente um excelso jornalista do desporto automóvel, tendo entrevistado todos os grandes vultos internacionais do automobilismo que alguma vez passaram pelo nosso país nas décadas de 50 e 60.

A marca da sua carreira são os muitos livros ligados a viagens. Entre muitas ‘aventuras’, foi ao Cabo Norte (Noruega) de Opel Kadett em 1964 e a Marrocos de VW Carocha em 1969.

Foi durante largos anos cronista no ‘Mundo Português’, onde publicou artigos sobre várias das suas viagens em Portugal e no estrangeiro, sempre com um olhar atento, e orgulhoso, à presença portuguesa no mundo.

Publicou grandes obras literárias, como a ‘Viagem à Índia’, em 1988, ‘Por Estradas da Venezuela’, no ano seguinte, ‘Uma Volta ao Mundo em Português’, a 1996, e a mais recente ‘50 anos de viagens’, em 2011. Em 2005, publicou ‘Uma Família de Serpa’, onde historia as origens da sua família desde meados do século XVIII, com destaque para seu bisavô, António Carlos Callixto, e para seu avô, Carlos Callixto.

Na área da história da aviação, destacam-se na sua obra os títulos ‘A Aviação na Amadora’ (1974), que foi nas décadas de 1920 e 1930 um dos berços da aviação em Portugal, ‘Plácido de Abreu, um Meteoro Aeronáutico’ (1985) e ‘Os Primeiros Aviadores Portugueses em Macau’ (1999).

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou em 2020 no Palácio de Belém, Vasco Callixto com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.
(foto: Presidência da República)

O CPAA endereça à família e amigos as mais sentidas condolências.