O CPAA pretende apoiar aqueles que hoje preservam com especial carinho automóveis que ainda não completaram 30 anos desde a data da primeira matrícula, mas que já ultrapassaram os 20. Para tal, permite o acesso a seguros mas acessíveis a estes proprietários.
Para isso, basta ser Sócio Efeivo do CPAA (ou como Sócio Auxiliar por apenas 20€ ano), estando isento do pagamento de jóia (125€) e inscrever o automóvel no Clube, associado ao seu nome (sem custos adicionais), ao longo do ano de 2021.
Com isto, aufere duas vantagens: o Seguro CPAA a 80€/ano desde já e, a partir da data em que a viatura completar 30 anos, receberá um desconto de 10% na Homologação de Veículo de Interesse Histórico.
Um dos veículos elegíveis é o Nissan 350Z, cujas primeiras unidades completam em 2022 os 22 anos.
Tanto para as gerações que viveram a juventude nos anos 70, como para as actuais, o Datsun 240Z e alguns dos seus sucessores, continuam a ser uma referência entre os automóveis desportivos, pela elegância e pelo carácter.
Por essa razão, quando no final dos anos 90 a Nissan sentiu necessidade criar um modelo que encimasse a gama e ajudasse a marca a projectar uma imagem de desejo, capacidade tecnológica e de estilo, o velho Z foi, imediatamente, a referência em cima da mesa.
A ideia partiu do então Director Internacional de Design da Nissan, Jerry Hirshberg. O desafio seria lançado a todas as equipas de design da marca: Nissan Design Center em Atsugi, Japão; Nissan Design America em La Jolla, California e Nissan Design Europe em Geretsried, Bayern, Alemanha.
Tom Semple, então director da divisão americana, recordou em posteriores entrevistas o entusiasmo sentido por toda a equipa, perante o desafio de suceder a um ícone do design.
Vale a pena recordar que, no final dos anos 90, a indústria automóvel estava no pico da febre revivalista, que gerou automóveis que nunca deveriam ter passado de um estirador, como foi o caso do New Beetle ou do Chrysler PT Cruiser, apenas para mencionar dois dos mais populares. Na história do Z, contudo, houve um volt face.
As equipas de design estavam já reunidas num gabinete open space para onde foi levado um 240Z do museu da marca. Durante vários dias, diferentes designers esboçaram à mão e digitalmente, algumas ideias do que deveria ser o sucessor espiritual do seu mais emblemático produto. No entanto, como seria de esperar, a repetição revelou-se inimiga da criatividade. A presença do 240Z estava a revelar-se demasiado marcante, já que todos os designers estavam a ver os seus traços contaminados pela influência do modelo original. Então, Tom Semple ordenou que se retirasse o 240Z dos estúdios, reuniu a equipa e gerou-se um debate sobre se este novo modelo deveria ser uma pura homenagem ao original, ou algo com uma identidade própria. A resposta foi algo pelo meio.
Do ponto de vista do design apenas se assumiu um ou outro detalhe evocativo. As formas gerais, pelas quais a designer Diana Allen é a principal responsável, são completamente originais, não só dentro da Nissan, mas na indústria automóvel.
As opiniões dividem-se de forma vincada quanto à beleza ou feiura do 350Z, mas uma coisa é certa: é um automóvel muito original, de personalidade vincada, como deve ser um clássico. O consenso, sintetizado por Semple, foi de que o 350Z deveria “ter um aspecto condizente com a condução, e uma condução condizente com o aspecto”. Aquilo que se chama, “beleza funcional”.
Já do ponto de vista técnico, a equipa de desenvolvimento pretendia uma colagem mais assumida ao modelo gerado nos anos 60, pelo menos em termos conceptuais.
Isso levou à opção pelo motor V6 atmosférico, que confere uma sonoridade especial e um carácter musculado e mais puro do que os motores turbo dos modelos que o antecederam.
A plataforma escolhida foi a mesma da berlina Skyline V35, o que permitiu diminuir os custos de produção sem comprometer a qualidade dinâmica.
Por tudo isto, o 350 Z é um automóvel exemplar na forma com combina os pergaminhos de um desportivo puro, com os de um GT utilizável perfeitamente no dia-a-dia.
Apesar de uma suspensão firme, o Nissan é um automóvel confortável, com excelente tacto dos comandos, boa performance e uma fiabilidade referencial.
Sem dúvida um automóvel para colocar no “radar” de qualquer coleccionador.