A Subaru era uma marca quase desconhecida dos europeus quando, em 1992, apresentou o modelo que viria a dominar o campeonato de ralis por três anos e os sonhos dos entusiastas por muito mais.
A marca era conhecida sobretudo pelos seus micro-utilitários, a maioria deles fabricados na Índia pela Maruti e vendidos como automóveis “low-cost”. Foi, por isso, com alguma surpresa que começaram a chegar a notícias de um certo automóvel familiar de dimensões generosas que parecia voar nas classificativas inglesas e do mundial, com a mão da Prodrive e de um certo escocês com coragem de leão. A dupla Subaru Legacy e Colin McRae cimentou o caminho para a chegada do primeiro produto realmente global da Subaru.
O Impreza era vendido em inúmeras variações pacatas no mercado doméstico japonês, mas só a versão turbo de tracção integral conseguiu vendas expressivas no mercado europeu.
Em comum, todas as variantes do Impreza tinham o motor de quatro cilindros opostos, numa altura em que quase toda a indústria tinha desistido dessa fórmula (incluindo a VW e a Alfa Romeo).
No Japão, a versão desportiva do Impreza era o WRX, que extraia 240cv do motor boxer de dois litros. Na Europa, o modelo de topo era Impreza 2.0 Turbo 4WD, – vendido como Subaru Impreza GT em Portugal – e que debitava apenas 211cv.
Lançado em Novembro de 1992, o Subaru Impreza desportivo só começou a ser comercializado em Portugal em Abril de 1997, numa versão que já havia sofrido algumas evoluções face ao modelo original. Logo a seguir, em 1998, o Impreza foi alvo de uma renovação estética no habitáculo, com a introdução de um novo painel de instrumentos, volante Momo. A par destas mudanças estéticas, recebeu também uma caixa de velocidades mais curta, favorecendo a aceleração, e jantes de 16 polegadas.
Em 1999 o modelo dá um considerável salto de qualidade ao receber upgrades que faziam parte da versão STi, como pinças de quatro êmbolos, discos traseiros ventilados, suspensão mais evoluída, nova asa traseira e novos bancos, mais desportivos. O motor sofre também alterações ao nível da cabeça, que permitiram um acréscimo de potência de 7cv.
Em algumas versões, o WRX STI chegou aos 280cv, enquanto em Portugal, restava aos entusiastas mais afoitos, pôr mãos à obra e entregar a tarefa a empresas de tuning nacionais.
Em 1998, para celebrar os 40 anos da Subaru e o terceiro título mundial, foi lançado o 22B, o mais desejável de todos os Impreza. Com base na carroçaria de duas portas (nunca oficialmente comercializada em Portugal), com jantes de 17 polegadas e motor de 2.2 litros, o 22B tinha na estética um dos seus maiores trunfos pois era praticamente igual ao WRC. Devido ao “acordo de cavalheiros” dos construtores japoneses, a potência declarada era de 280cv, mas testes independentes provariam que na realidade o motor ultrapassava consideravelmente a fasquia dos 300cv. Apenas 400 unidades foram produzidas, quase todas para o mercado doméstico japonês.
Para o mercado português estava reservada uma última surpresa em 2000, com a importação do Impreza Prodrive, com 240cv, jantes de 17 polegadas, quick-shift, amortecedores Bilstein e molas Eibach. Apenas 50 unidades foram disponibilizadas.
Em 2000 foram ainda introduzidas alterações estéticas, imediatamente antes da chegada da segunda geração do modelo.
Ao completar 30 anos, os primeiros exemplares do Subaru Impreza podem agora beneficiar da Certificação de Interesse Histórico pelo CPAA e respectivas vantagens.