O primeiro simpósio global sobre o desafio de atrair jovens para a comunidade de veículos históricos foi realizado em Marrakech, Marrocos, em 14 de maio de 2022. Apoiado pela FIVA, o evento identificou passos para salvaguardar a nossa herança automóvel para as gerações futuras.
De acordo com a FIVA, à medida que os veículos históricos envelhecem, também cresce a idade média das pessoas que cuidam deles. No entanto, “passar a paixão” para a próxima geração é um passo vital para que carros clássicos, motos e veículos utilitários não desapareçam das nossas estradas para sempre. Organizado pela Fédération Royale Marocaine des Véhicules d’Époque (FRMVE), o evento apoiado pela FIVA deu aos entusiastas seniores a oportunidade de ouvir diretamente de jovens delegados, representando dez nações – América, Japão, Eslovênia, Índia, Romênia, Brasil, França, Bélgica, Turquia e, claro, Marrocos.
Curiosamente, os países que estão relativamente atrasados na construção de uma comunidade de veículos históricos, geralmente têm as ideias mais voltadas para o futuro quando se trata de envolver os jovens. Da conversa, saíram três ideias principais:
Primeiro, os veículos históricos precisam ser mais acessíveis a jovens com recursos financeiros limitados – um desafio que pode ser enfrentado por meio de clubes e grupos informais. Prithvi Nath Tagore, da Índia, apresentou uma compilação de vídeos de jovens na Índia, muitos dos quais falaram de como os clubes lhes deram oportunidades de desfrutar de carros e motos que eles não podiam comprar ou manter sozinhos.
Em segundo lugar, as redes sociais são de muito maior importância para os jovens entusiastas, com encontros e eventos muitas vezes organizados num prazo muito curto por meio da comunidade on-line, chats e fóruns de veículos históricos, que crescem rapidamente. Os entusiastas tradicionais precisam de abraçar o mundo online se quiserem garantir o interesse da geração mais jovem.
Por fim, um tema polémico foi o assunto controverso dos ‘restomods’: veículos antigos que foram restaurados, mas modificados com componentes modernos. Um painel de discussão entre três jovens entusiastas marroquinos, incluindo Saad el Ouzzani, de 14 anos e o jornalista italiano de automóveis clássicos Luca Di Grazia, concluiu que essa abordagem não deve ser desencorajada. Restomods não são veículos históricos como a FIVA os define, mas o envolvimento e o uso de clássicos modificados de baixo custo e fácil utilização, pode levar a uma apreciação de históricos mais “autênticos” no futuro.
Falando no simpósio em Marrakech, Tiddo Bresters, presidente da FIVA, afirmou: “Estou muito feliz em aprender com os jovens de hoje: cabe a eles nos dizer a direcção que precisamos de tomar para garantir seu interesse em veículos históricos. ”