ANOS 70: SIATA SPRING

Siata Spring 850 1968-1975

Olhando para as linhas é difícil de acreditar, mas o Siata Spring é o fruto de um estudo de mercado que teve como objectivo conhecer os desejos do público jovem dos anos 60.

Segundo esse estudo, os jovens de então ambicionavam ter um roadster acessível com um estilo de influência britânica.

Esse estudo foi encomendado pela SIATA – Società Italiana Auto Trasformazioni Accessori, na sua segunda vida enquanto produtor de automóveis.

A empresa nasceu antes da Segunda Guerra como produtora de componentes de performance para modelos Fiat, nomeadamente colectores de admissão, cabeças de alta compressão, compressores e até caixas de velocidades.

No pós-guerra dedicou-se a produzir automóveis desportivos com base em mecânicas Fiat, desde o 500 ao 8V. Eram modelos exóticos, hoje muito cobiçados por coleccionadores e com valores altíssimos.

No entanto, a produção desses modelos de vocação desportiva cessou em meados dos anos 50. E em 1968, a marca decide criar um modelo popular, que pudesse ser vendido em números mais significativos.

Ao desejo revelado pelo estudo de mercado, a SIATA respondeu com um modelo de linhas “retro” baseado no Fiat 850. Era do mais espartano que se possa imaginar e com um desenho de gosto discutível. O aspecto mais proeminente da estética é a enorme grelha cromada e falsa, já que o motor está montado atrás.

Aquilo que parecia uma ideia disparatada, depressa se revelou um perigoso sucesso: nos EUA as encomendas superavam largamente a capacidade de resposta da SIATA. A empresa contava produzir 1500 por ano e as encomendas do primeiro mês chegaram aos 3600 exemplares. Isso resultou em problemas com clientes e agentes e, tendo noção de que essa procura não duraria para sempre, a marca resistiu à tentação de ampliar a capacidade produtiva e decidiu terminar a produção em 1970, com apenas 3500 exemplares vendidos.

Mas pouco tempo depois, a ORSA – Officina Realizzazioni Sarde Automobili, adquire os direitos de produção e começa a vender o Spring com o motor de 903cc dos 850 Sport. No entanto, a aventura seria curta, com a produção a terminar definitivamente em 1975.

Era o fim da história de um dos primeiros modelos a recorrer ao retro-design e a comprovar o seu sucesso comercial.

 

Motor: 4 cil. em linha; posição longitudinal traseira; válvulas à cabeça; 843cc; 1 carburador Weber; 36 cv às 5000 rpm; Transmissão: traseira; 4 vel.; Travões: à frente, de tambor; atrás, de tambor. Sem servofreio;
Chassis: carroçaria monobloco de duas portas e dois lugares; Comprimento: 3548mm; Distância entre eixos: 2027mm; Peso: 615 kg; Velocidade Máxima: 130 km/h