50 ANOS DO FORD CORTINA

Foi há meio século que nasceu um dos mais marcantes modelos da história da Ford europeia.

A primeira geração, teve no desenho, da autoria de Roy Brown Jr., um dos seus grandes trunfos, sendo elegante e marcadamente diferente dos modelos concorrentes. Curiosamente, Brown Jr. foi também autor do modelo americano Edsel, cujo sucesso foi fortemente condicionado pela estética.

O projecto nasceu com o nome interno “Arcebispo” e tinha como prioridade a competitividade comercial, pelo que a opção pela transmissão dianteira usada no similar Taunus criado pela Ford Alemanha não foi considerada.

O Cortina Mk1 era simples, leve e robusto. Os motores Kent de árvore de cames lateral existiram nas versões 1200 e 1500, na versão “pre-crossflow”, ou seja, com admissão e escape do mesmo lado do bloco.

A carroçaria existia nas versões de duas e quatro portas, havendo ainda uma rara versão carrinha.

Particularmente carismáticas eram ainda as versões desportivas 1500 GT e, especialmente o Lotus, com dupla árvore de cames à cabeça. Este modelo cimentou a imagem desportiva da marca, com pilotos de nomeada, como John Whitmore  e Jim Clark a acumular vitórias aos seus comandos.

Em 1966 surge o MkII, desenhado por Roy Haynes. Apesar de elegante e moderna, esta carroçaria nunca foi tão consensual como a anterior, mas manteve o sucesso comercial sem grandes desenvolvimentos técnicos.

Os motores Kent, a partir de 1967, recebiam a arquitectura “crossflow”, o que trouxe alguns ganhos ao nível da eficiência.

A terceira geração do Cortina chegou em 1970, sendo a primeira gerada em conjunto pelas divisões Ford Alemanha e Ford Reino-Unido, naquilo que se viria a chamar Ford Europa.

Esta geração era marcada por algum retrocesso no design, com linhas de inspiração americana, mas manteve um sucesso comercial assinalável, graças a um interior mais espaçoso e os novos motores “Pinto” de quatro cilindros em linha e, em determinados mercados, os “Essex” V4 e V6. Na Austrália chegou mesmo a ser usado um motor de seis cilindros em linha.

A quarta geração era marcada por um grande salto do ponto de vista estilístico, com um design muito mais moderno, mas com muito pouco carácter e que não escondia a sua origem germânica, tendo sido desenhado por Uwe Bahnsen.

Já do ponto de vista técnico, o MkIV era essencialmente igual ao antecessor. Receberia mais tarde motores da família “Cologne” e “Essex” V6, embora a expressão comercial fosse reduzida.

O Cortina teve bastante sucesso como veículo de frotas de empresa e de aluguer, mas nunca arrebatou corações, pelo que durou apenas três anos. Em 1979 seria lançado o MkV, que era pouco mais do que um facelift, mantendo a mesma linguagem de design, mas refinada e novos interiores, bem como melhor equipamento.

Em 1982, seria substituído pelo controverso Ford Sierra.