30 ANOS DO FERRARI 456 GT

Acabado de entrar na idade que lhe permite obter o estatuto de Veículo Histórico, o Ferrari 456 GT representa o início de uma linhagem de sucesso para a marca.

Quando Luca Di Montezemolo tomou em mãos os destinos da marca de Maranello, entendeu que a Ferrari deveria voltar à sua tradição de modelos coupé com motor V12 montados longitudinalmente na dianteira.

As razões, eram mais do que óbvias: este layout permitia melhor habitabilidade do que os modelo de motor central, mais espaço para passageiros, crianças e bagagem, maior visibilidade e conforto e um estilo de condução muito mais intuitivo e previsível.

O Ferrari 456 GT foi o primeiro a marcar o regresso a esse formato e as duas linhas faziam de certa forma, recordar modelos como o 365 GTB ‘Daytona’. Desenhado por Pietro Carmadella, este modelo 2+2 tinha linhas bastante simples e suaves, privilegiando as formas arredondadas.

O público-alvo eram os utilizadores frequentes, pelo que se exigia um nível de qualidade e fiabilidade acima da média. Com efeito, o motor V12 F116 revelou-se muito robusto. Com 5,5 litros de capacidade e 436cv, as performances estavam ao nível dos supercarros da época, anunciando 306km/h de velocidade máxima e 5 segundos nos 0 a 100km/h.

O motor, curiosamente, parte do desenho original do V6 Dino, com ângulo de 65°, aqui com uma gestão electrónica Bosch Motronic M2.7. Podia estar acoplado à caixa manual de seis velocidades ou a uma automática, proveniente do 400/412.

O chassis é tubular, com painéis em alumínio à excepção do capot, em compósito.

O 456 GT seria o ponto de partida para a concepção do 550 Maranello, que usava uma evolução do mesmo motor.

Em 1998 surgia o 456M, um facelift com algumas mudanças significativas no interior, substituindo o capot de compósito por um de fibra de carbono.
O 456 seria o último Ferrari a usar faróis escamoteáveis.

Em 2004 seria substituído pelo 612 Scaglietti.