RETROMOBILE 2023

Aconteceu no início do mês mais uma edição do Salão Retromobile em Paris. Depois dos anos difíceis da pandemia, tudo demora a voltar ao que era e, neste momento, é unânime a opinião de que este salão regressou ao que era.

Regressaram expositores importantes vindos do Reino Unido e, como sempre, cada um esforça-se por preencher o seu precioso espaço com a mais impressionante amostra da sua oferta. A Retromobile é um momento para negócios mas, sobretudo, para afirmação das marcas e especialistas.

As fotos vão sendo espalhadas por todo o ciberespaço, mas nada prepara um entusiasta para a dimensão e espectacularidade deste evento.

Mas o melhor da Retromobile é que, para lá do glamour e dos automóveis de valores estratosféricos, existe também uma enorme componente de raridades e curiosidades trazidas sobretudo pelos clubes mas também por outros pequenos expositores.

Os automóveis mais lendários do universo da competição, são sempre um prato forte na Retromobile, mais ainda no ano em que se comemora o centenário da primeira edição de Le Mans, com duas exposições temáticas promovidas pela organização, além de muitas outras referências ao tema por parte de expositores.
Tom Kristensen, que venceu a mítica prova por nove vezes, foi um “mestre de cerimónias” no evento.

Os leilões, em que participam todas as principais leiloeiras, são outro dos grandes atractivos da Retromobile. Aliás, os modelos a leilão, constituem, por si só, uma magnífica mostra.

Os resultados conseguidos na Retromobile no início de cada ano, acabma por ser um grande indicador do estado do segmento mais alto do mercado de veículos clássicos.

Entre os principais marcos estão a venda por parte da RM Sotheby’s de um importante Ferrari 643 F1 de 1991 que foi pilotado por Prost e Alesi,  por 3,25 milhões de euros (excluindo prémios). A mesma casa de leilões vendeu um Alfa Romeo Giulia TZ de 1965, com bastante patine, por 1,14 milhões de euros. O Mercedes-Benz CLK DTM do ano 2000 foi vendido por 420.000€.

Na Bonhams, o Jordan 191 de 1991 com que Michael Schumacher fez os treinos na sua estreia na F1 em Spa, foi vendido por 1,3 milhão de euros (excluindo prémios) e um Maserati 4CM de 1937 atingiu os 690.000€.

A Artcurial vendeu um Bugatti T35 de 1929 por 1,9 milhões de euros. No entanto, o lote principal desta leiloeira era um Ferrari 250 LM de 1964 que atingiu ofertas acima dos 20 milhões de euros, um valor, ainda assim, abaixo do preço de reserva.