Os cromados são uma parte essencial da estética de todos os automóveis clássicos, sobretudo aqueles anteriores à década de 80. O acabamento reluzente dos metais, não só é um garante de durabilidade, como é algo de absolutamente “magnético” para quem aprecia a beleza dos veículos do passado.
Mesmo na actualidade, os fabricantes continuam a empregar o uso do crómio na indústria automóvel, não apenas para fins estéticos.
Contudo, foi tornado público que a UE vem agora anunciar que será submetida a votação uma proposta que tem como fim proibir a cromagem, tal como a conhecemos, a partir de 2024.
A medida tem como motivação as preocupações de saúde, uma vez que o processo de produção dos cromados, como se sabe, é altamente cancerígeno, com emissões 500 vezes mais tóxicas do que o fumo de motores diesel.
Esta proibição deverá abranger tanto a indústria em larga escala (não só automóvel), como os pequenos especialistas que fornecem cromados às empresas de restauro e proprietários. É a estes últimos que esta proibição irá causar sérios transtornos.
Contudo, ao contrário do que algumas interpretações levam a entender, continuará a ser possível cromar metal. O que está efectivamente em causa é a tecnologia usada: a cromagem hexavalente é aquela que tem índices de poluição mais preocupantes, pelo que o processo trivalente, já usado em algumas indústrias, ficará de fora desta proibição.
O aspecto negativo desta tecnologia é o investimento inicial na maquinaria e materiais, algo que é parcialmente compensado pela menor custo energético no processo de produção.
Para os proprietários e restauradores de automóveis há ainda outro problema, que é o acabamento e em particular a cor resultante do processo desta tecnologia: ao passo que o hexavalente resulta num reflexo mais azulado, o trivalente tem um acabamento mais acinzentado e esfumado. Algo que só um olhar mais atento saberá distinguir mas que, efectivamente, distancia o resultado final de um restauro daquela que era a aparência da época.